sexta-feira, 6 de maio de 2011

Uai vai pra sala de parto

Dará entrada nesta segunda, na Gráfica Brasil-Líder, do meu amigo Beto, o meu livro "Uai?! Alguma coisa está errada" - 2a edição revista e ampliada. O lançamento está previsto para  junho, em Caratinga, julho em São João Del Rei e agosto, em Belo Horizonte. O livro trata da etapa final do processo de redemocratização do Brasil, desde a campanha das "Diretas Já" até a eleição de Tancredo Neves, o primeiro presidente civil depois de mais de 20 anos de regime militar, através de charges e textos de humor, de minha autoria, publicados entre 1983 e 1985 nos jornais Jornal do Norte (Montes Claros), A Semana (Caratinga) e Diário do Rio Doce (Governador Valadares), tudo em MG.

No dia 15 de janeiro de 1985, quando Tancredo foi eleito pelo Colégio Eleitoral, após o malogro da campanha das diretas, eu desenhei a última charge das que estão no livro (exceto uma "charge-bônus", rs) e, no dia seguinte, vim pra Caratinga me encontrar com meu amigo Alexandre Camaleão Desbundado Pereira Daladier Crepaldi, vulgo Bípede Penoso Contemporâneo, ou seja Galo Nooooovo, pra gente dar um jeito de ir pro Rock in Rio, mas isto já é outra história. Mas é importante frisar, pois foi no palco do Rock in Rio, na mesma noite do dia 15, que um Cazuza emocionado, à frente do Barão Vermelho, cantou "Pro dia nascer feliz", simbolizando o dia feliz que seria o dia do primeiro dia de democracia após tempos tão sombrios de não-liberdade e sisudez.

Quando desenhei aquela última charge, já estava com a gráfica (do próprio jornal onde trabalhava, o Diário do Rio Doce) contratada para imprimir meu livro, e a arte-final estava praticamente pronta. Foi quando lancei a primeira edição de "Uai...". Dois meses depois da eleição de Tancredo, o livro estava sendo lançado com uma grande festa no Esporte Clube Caratinga e, depois, no Teatro Atiaia, em GV. Já estava tudo planejado: selecionei os melhores trabalhos publicados até então, editei em ordem cronológica e só esperei a eleição de Tancredo pra finalizar a arte e mandar rodar. Timming perfeito, viu... e o livro fez muito sucesso na época, sendo lançado antes mesmo da morte de Tancredo. Meses depois tive a oportunidade de entregar um exemplar para o Tancredo Augusto, filho do Tancredão, que me pediu mais um, para levar para a Dona Risoleta Neves, e me disse que levaria um também para o futuro Memorial Tancredo Neves.

Hoje, dentro das comemorações dos 25 anos da redemocratização e do centenário de Tancredo, lanço uma segunda edição deste livro, e em São João Del Rei será exatamente no Memorial Tancredo Neves, através de promoção do Inverno Cultural, da UFSJ (Universidade Federal de SJ Del Rei). Uma honra muito grande. Em Caratinga, não sei ainda como será o lançamento, só que será dentro das comemorações do aniversário da cidade, e em BH será no Palácio das Artes, numa promoção da livraria Usina das Letras, em data a ser marcada, provavelmente em agosto.

Esta edição é melhorada, porque traz um desenho por página, e todos eles coloridos; o papel é de primeiríssima qualidade, acabamento ídem. Traz também textos de convidados especiais, como o escritor Maxs Portes, os jornalistas Raul Miranda e Sylvio Abreu, o impublicável Robert de Andrade, os professores Cláudio Leitão (presidente da Rede Doctum de Ensino) e Nelson Sena Filho (do Nucleo de Pesquisas e História do UNEC, Centro Universitário de Caratinga) e do secretário de Cultura de Caratinga, Juarez Gomes de Sá. Estes textos contextualizam a época e fazem um apanhado do que rolou depois, até chegar a este esboço de democracia que temos hoje.

Da minha parte, são 80 desenhos e 8 textos de humor. Os desenhos, em ordem cronológica, são uma "cápsula do tempo", pois, publicados em tempo real na época em que os fatos aconteceram, geram um clima de revival. E os textos são fábulas, satirizando o andamento do processo: a campanha das diretas, sua não aprovação, as negociações visando a escolha do candidato da oposição, as malandragens de Maluf, o candidato da ditadura, para brecar o processo, e por fim, a eleição de Tancredo Neves no Colégio Eleitoral, justamente o mecanismo criado pelos militares para se perpetuarem no poder.

O livro foi aprovado pela Lei Estadual de Incentivo à Cultura, que permite que os patrocinadores descontem o patrocínio do ICMS, e foi patrocinado pela Viação Riodoce, Irmão Supermercados e Café Riopreto. Tem apoio cultural da Rede Doctum de Ensino, Centro Universitário de Caratinga, Prefeitura Municipal de Caratinga, Câmara Municipal de Caratinga, Inverno Cultural da UFSJ, Livraria Usina das Letras e é um lançamento da Jararaca Books, em parceria com a Edições Cuatiara. A tiragem é de 3 mil exemplares, dos quais, 1 mil serão distribuidos às escolas públicas de MG pela Secretaria de Estado da Cultura.

Através deste blog você fica sabendo as datas de lançamento em Caratinga, São João Del Rei, Belo Horizonte e em outras cidades que ainda serão agendadas.

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